Kisho Kurokawa (8 de abril de 1934 - 12 de outubro de 2007) foi um dos arquitetos japoneses mais influentes do século XX, conhecido como um dos fundadores do movimento Metabolista nos anos 1960. Ao longo de sua carreira, Kurokawa defendeu uma abordagem filosófica para a compreensão da arquitetura que se manifestou em seus projetos construídos.
Após concluir seus estudos na Universidade de Tóquio sob a orientação de Kanzo Tange em 1959, Kurokawa ajudou a estabelecer as bases para o movimento Metabolista, um grupo que incluía também Kiyonori Kikutake e Fumihiko Maki.
Kurokawa comentava que os ideais dos Metabolistas eram inspirados pela concepção japonesa de edifício. Em particular, o fato de que muitos edifícios japoneses eram construídos em madeira e, por isso, não resistiram à Segunda Grande Guerra -- enquanto em em muitas cidades ocidentais, após a guerra, pedras e tijolos permaneciam onde outrora haviam edifícios. Esta observação, combinada com a frequência de desastres naturais no Japão, leva a conclusão de que os japoneses são acostumados a reconstruir cidades a partir do nada, levando a o que Kurokawa descreveu como "uma incerteza sobre a existência, uma falta de fé no visível, uma suspeita do eterno."
A primeira oportunidade de explorar estas ideias mais profundamente como formas construídas veio com a Expo de Osaka em 1970, para a qual Kurokawa projetou dois pavilhões, o Takara Beautillion e o pavilhão Toshiba IHI.
No entanto, talvez o exemplo mais completo dos princípios de projeto de Kurokawa -- e talvez de todo o movimento Metabolista -- seja a Nakagin Capsule Tower, um edifício composto por "cápsulas" de apartamentos pré-fabricadas concebidas para serem acrescentadas e substituídas de acordo com as necessidades. Após a dissolução do grupo Metabolista no início dos anos 1970, os ideias do grupo passara a ser vistos como um produto histórico do pensamento utópico dos anos 1960.
Apesar disso, Kurokawa nunca abandonou completamente seu comprometimento com o pensamento Metabolista, adaptando suas ideias a respeito de sistemas naturais e do ciclo da vida para se tornar, no final de sua carreira e vida, um defensor da arquitetura sustentável.